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  • Foto do escritorKatherine Carvalho

Amores negligenciados

Nem todo mundo nasceu para viver um amor de filme, e quanto antes você souber, melhor: talvez o amor da sua vida não vá ser seu marido. Amores negligenciados são, geralmente, os que mais perduram. Você nunca vai ouvir falar de uma mãe que se divorciou de um filho, por exemplo.


Quando penso em amor, imagino a minha mãe, porque é ela que melhor sabe dissipar a escuridão dentro de mim, porque é ela que sustenta o peso do mundo nas costas quando eu fraquejo, e espera até que eu esteja forte de novo para tomar tudo de volta pra mim. Porque é ela que sabe decifrar cada sorriso, cada lágrima, cada suspiro, cada passo que eu dou — sem eu precisar dizer nada. Porque é ela que me amou primeiro, antes mesmo de ver meu rosto, antes mesmo de saber quem eu era.


O amor da minha vida é minha irmã, que de longe, sem muito chamego, sem muita melação, me protege e me abraça e me ensina a ser mais forte. O amor da minha vida é minha avó, que de pouquinho em pouquinho, mantém a família unida — a muito custo, com muito esforço. O amor da minha vida é um gato, porque o que tem de mal em amar um bichinho afinal? O amor da minha vida é o filho que eu quero ter, antes mesmo de ser cogitado.


O amor da minha vida é Deus, que nunca me deixou faltar nada. O amor da minha vida sou eu, que acima de tudo, continuo rindo e fazendo o bem.


O amor da minha vida sou eu, que, embora meio inconstante e inseguro, prefere viver sozinho a procurar em alguém o amor que devia encontrar, acima de tudo, dentro de mim.

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Por Katherine Carvalho

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