![Imagem do cavalo branco na música "Anunciação"](https://static.wixstatic.com/media/41b8a4_1f19306901234bb6be184bf27821f1e5~mv2.jpg/v1/fill/w_147,h_92,al_c,q_80,usm_0.66_1.00_0.01,blur_2,enc_avif,quality_auto/41b8a4_1f19306901234bb6be184bf27821f1e5~mv2.jpg)
O significado dessa música ainda gera muita discordância, e eu confesso que já fui no Google pesquisar sobre a letra. Tem opinião de tudo quanto é gente lá, e algumas até coincidem com a minha, mas essa análise tem como objetivo expor o meu primeiro pensamento, o meu primeiro entendimento, da primeira vez que escutei “Anunciação” de Alceu Valença. Espero que goste.
"Anunciação" é sobre amor
Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal
A emoção que eu mais absorvo logo nos dois primeiros versos da música é amor. Que outras paixões que vêm de dentro poderiam ser essas que não o amor? E quando penso em alguém brincando no quintal, penso também em crianças, filhos, netos, sobrinhos — que lugar é mais repleto de amor do que um quintal grande, com espaço pra correr, cheio de crianças por todos os lados?
Mas no terceiro verso eu já fico em dúvida: se estamos falando de crianças, quem é a figura montada num cavalo, de peito nu e cabelo ao vento? Bom, normalmente a gente associa esse tipo de imagem a heróis, príncipes e guerreiros.
Ouvindo esse início de “Anunciação”, fico um pouco confusa: talvez a música fale sobre uma família que passa necessidades sendo salva por um forasteiro que chega montado num cavalo? Só escutando o resto da música pra saber.
Um refrão pra lá de subjetivo
Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
No entanto, quando o refrão toca, a percepção muda bastante. Se falávamos antes da ideia de crianças brincando no quintal e agora entoamos “tu vens, eu já escuto os teus sinais”, fica parecendo, pelo menos pra mim, que estamos falando de uma criança que está pra nascer.
Assim como uma mulher grávida sente seu corpo pronto para dar à luz, o bebê também sinaliza quando está pronto para vir ao mundo. O que mais me intriga nessa estrofe, porém, é a conjugação do verbo “vir” na segunda pessoa do singular no presente do indicativo — conjugação comumente usada na Bíblia Sagrada.
Referências bíblicas por todos os lados
A voz do anjo sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido, já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo, peito nu, cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
A voz do anjo sussurrou no meu ouvido
Eu não duvido, já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Ah ah ah ah ah ah
Nas estrofes seguintes, as referências bíblicas ficam ainda mais fortes. Na crença católica, a vinda do Filho de Deus foi anunciada por um anjo à Virgem Maria. Domingo é um dia santo para os católicos, e quanto às catedrais, não preciso nem dizer, né? Tudo isso me leva a crer que a criança citada no início da música é, na verdade, Jesus Cristo.
Então, basicamente, a música “Anunciação” narra a história de uma família que recebe a notícia da vinda de um novo integrante, e dadas as referências bíblicas muito presentes na canção, não me surpreenderia se Alceu Valença estivesse, na verdade, fazendo uma alusão à Sagrada Família, que recebeu Jesus depois do anúncio de um anjo, para que ele fosse, posteriormente, o Salvador de todos nós.