Recentemente desisti de várias coisas, e ao contrário do que dizem, não me senti fraca. Já tenho uma coleção de desistências da qual me orgulho muito, e hoje em dia já não insisto em mais nada por teimosia. Porque, no fundo, não há louvor nenhum na insistência: na maior parte do tempo, insistir é só burrice mesmo. Já fui burra incontáveis vezes, hoje prefiro ser esperta. E sendo esperta, desisti de várias coisas.
Desisto, por exemplo, de idealizar um futuro que pode nem se tornar realidade. Desisto também de esperar algo acontecer para começar a ser feliz. Desisto de ficar perto de quem me faz mal, só porque gosto muito de alguém. Desisto de segurar você só porque não quero te deixar ir (ou porque não saberei reagir quando você for). Desisto também de ficar em algum lugar ruim só por medo do lugar seguinte ser pior — porque pode não ser, e se for, sempre vai ter um próximo.
A vida não é estática, uma regra exata, as decisões são fluidas e podem ser desfeitas — eu e você, nós podemos desistir quantas vezes for preciso. Não precisamos insistir em nada, não precisamos tentar até a exaustão.
Porque ninguém diz, mas há muita coragem em desistir, em voltar um ou dois passos, em começar do zero. Em mudar de ideia, desfazer laços, se afastar — há muita coragem em fugir. Eu fugi de várias coisas, e fugirei de outras em breve. Sem arrependimentos, sem julgamentos, sem me sentir fracassada. Desistir é uma virtude que poucos se atrevem a possuir, mas eu me atrevo, porque já me atrevi a insistir e não deu nada certo.
Eu desisto de você, deles, de todo mundo. Desisto de tentar te entender, de tentar me encaixar em você, de tentar fazer com que você me ame. E desistindo de você, passo a insistir na única coisa que importa e na única pessoa que vai me trazer algo bom hoje, amanhã e depois: eu mesma.
Um recado da autora: já aprendeu a desistir?
Não precisa ter medo. Desistir é (às vezes) sinônimo de coragem, e se as pessoas te chamarem de covarde, mande elas à...
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