![Homem velho e menino caminhando à beira do mar na praia](https://static.wixstatic.com/media/41b8a4_15de4b18ace3466a89c82d0c1ef1c705~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_626,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/41b8a4_15de4b18ace3466a89c82d0c1ef1c705~mv2.jpg)
Demorou muito para eu chegar até aqui. A evolução é lenta e, por vezes, dolorosa, e há quem desista no meio do caminho porque, em alguns momentos, é mais fácil. Mas nem toda decisão fácil é certa, e por mais que doa, você deve tentar cumprir o seu processo.
Eu já tive medo de evoluir, porque a zona de conforto é aconchegante e quentinha, e sair dela significava enfrentar o desconhecido: me jogar de um precipício sem nada para me amparar na queda. No entanto, quanto mais eu me aconchegava nas sombras, mais eu sentia falta do vento no rosto e da adrenalina correndo nas veias.
Até que, uma hora, se torna insuportável. É impossível permanecer lá pra sempre — se você não sai por conta própria, a vida te convoca pra fora. Sair da zona de conforto não é uma escolha, é uma necessidade. O corpo pede, a alma implora, e aí o processo de evolução começa mesmo contra a sua vontade.
Todo mundo tem o seu. Ainda não cumpri o meu — certamente estou mais perto de concluí-lo do que estava ontem, e isso por enquanto me basta, mas ainda tenho tanto chão para percorrer que, confesso, tem dias que desanimo. Tem dias que dá vontade de voltar pra minha zona de conforto e fingir que nada daquilo aconteceu. Está tudo bem desanimar também.
O que não pode é estacionar por completo. A evolução, ainda que lenta e dolorosa, é um evento contínuo — pausas são permitidas, mas interrupções permanentes, não. Fica permitido visitar a zona de conforto de vez em quando, mas não fincar raízes lá. Fica permitido sentir saudade, mas sempre seguindo em frente.
Fica permitido sentir desconforto, mas não é permitido regredir.
Fica permitido sentir nostalgia.
Fica permitido sentir dor.
Mas não é permitido desistir.
Um recado da autora: quanta dor você já sofreu com sua própria evolução?
Alguns sofrem mais, outros menos. Mas pra falar a verdade, quando o assunto é dor, a gente sempre vai achar que a nossa é a pior de todas.
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