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Minhas regras de sobrevivência para dias ruins

A primeira verdade da vida que caiu na minha cabeça é que existem dias bons e dias ruins, e também descobri que eles normalmente se sucedem, um atrás do outro, atrás do outro, atrás do outro...


Nos dias ruins, eu me conformo com os sentimentos negativos dentro de mim e faço um carinho no meu vazio, porque ele é um dos meus companheiros mais fiéis. Nesses dias, não tento fazer coisas que me deixam feliz nem me forço a pensar coisas boas, porque há muito sei que estratégias assim não dão certo.


Seria ilusão minha pensar que eu poderia tornar minimamente bom um dia ruim.


Eu não tento não ficar triste, eu não tento me distrair, eu sequer evito entrar nesse estado quase catatônico, porque não funciona. Eu apenas me entrego, porque dias ruins existem, e continuarão existindo, independentemente do que eu faça ou tente fazer. E ao me entregar, aceito todas as consequências que vêm junto.


Então, nesses dias, o que me resta a fazer é esperar que passe. Dormir sempre ajuda, pelo menos para mim. Qualquer outra tática é infrutífera, mas há algumas coisas que faço, não para extinguir um dia ruim, mas para, digamos assim, amenizá-lo…


Essas são minhas regras de sobrevivência para dias ruins:


  1. Não desenterrar emoções já resolvidas

  2. Não remexer em sentimentos esquecidos

  3. Manter silêncio mesmo que a vontade seja gritar

  4. Não descontar minha frustração nas outras pessoas

  5. Não reler conversas antigas

  6. Não tomar nenhuma decisão ou atitude

  7. Ignorar pensamentos ruins

  8. Não acreditar nas coisas que parecem reais (porque não são)

  9. Respirar fundo (várias vezes, e de novo, e de novo, e de novo)

  10. Mentalizar sempre que amanhã vai estar tudo bem

  11. Chorar (se necessário)

  12. Pedir ajuda

  13. Rezar

  14. Esperar que passe

  15. Dormir

Essa lista não é permanente e pode ser remodelada de acordo com a sua preferência. Tem dias que não faço tudo que está escrito aí, e confesso, tem dias que quebro as regras que eu mesma inventei. Tem dias que nada disso faz sentido pra mim.


Tem dias que me cobro quando sei que a única coisa que posso fazer é perdoar a mim mesma pela apatia, tem dias que insisto em tomar decisões quando sei que devia só ficar quieta. Haverá dias em que você vai esquecer dessa lista, e nesses dias, não se culpe tanto. Haverá dias em que você vai sentir vontade de rasgar a lista e mandar tudo pro inferno, e tudo bem também.


Nada é definitivo e, se precisar, você pode excluir e adicionar itens à vontade — sua sobrevivência não precisa ser igual à minha, e para sobreviver, podemos fazer coisas totalmente diferentes. Nossos métodos não importam, desde que, no fim, todos nós estejamos juntos, não necessariamente felizes nem inteiros por completo, mas remendados, com um pouco de esperança e absolutamente vivos.

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Por Katherine Carvalho

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