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Morrer de amor

  • Foto do escritor: Katherine Carvalho
    Katherine Carvalho
  • 12 de out. de 2022
  • 1 min de leitura

Atualizado: 24 de out. de 2024

Casal andando de mãos dadas na rua

Num dia, eu morri de amor

No outro dia, acordei viva


Num dia, me parti em pedaços

No outro dia, acordei reconstruída


A vida é um eterno

morrer e renascer


A vida é um eterno

sofrer e amadurecer


Num dia, sufoquei de pesar

No outro dia, respirei aliviada


Tem dias que o mundo acaba

e dias que o mundo reinicia


Tem dias que eu durmo

pensando em nunca mais acordar


Tem dias que eu acordo

pensando em nunca mais ir dormir


Quando o céu desaba

e as estrelas se esvaziam


Quando tudo fica escuro

e meus pulmões perdem o ar


Eu choro e transbordo

depois fico fraca de tanto rir


A esperança é um prato

que se come frio


Mesmo que pareça terminado

nada está perdido


Quando uma vez morri de amor

No outro dia, ainda acordei viva


Um recado da autora: é possível morrer de amor várias vezes e continuar vivo


Eu mesma sou a prova disso. Mas tudo bem. Com escritor é assim mesmo. Morrer de amor não é nem de longe tão ruim quanto viver sem poesia.

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