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  • Foto do escritorKatherine Carvalho

Novos sonhos, novos rumos — a vida de um atleta após a aposentadoria

Após o jogo de 16 de março de 2019 contra o São Judas, Serginho, o famoso “Escadinha”, líbero do Corinthians, conta um pouco sobre seus planos para depois da aposentadoria e as dificuldades em deixar as quadras


Aos 43 anos, Sergio Dutra dos Santos, ou “Escadinha”, como é popularmente conhecido, alega que seu maior sonho é, surpreendentemente, parar de jogar. Ao contrário do que muitos pensam, ser esportista requer tempo, dedicação e muito esforço físico e mental, o que torna a atividade exaustiva quando se chega a determinada idade. Além disso, os dias de glória não podem durar para sempre.


Na vida, uma coisa é certa: a aposentadoria chega para todos, inclusive para Serginho. Atualmente líbero do Corinthians, foi eleito, em 2009, como o MVP (Jogador Mais Valioso) da Liga Mundial e foi peça fundamental da Seleção Brasileira na conquista da Copa do Mundo em 2003. Em setembro de 2016, entretanto, se despediu da seleção e deu olá para o Corinthians. Segundo Serginho, ele deseja encerrar sua carreira ali mesmo, em seu time do coração, e ressalta que o vôlei nem sempre foi seu sonho.


“Quando era moleque, queria mesmo era jogar futebol, mas, de alguma forma, fui parar no vôlei, que abriu as portas para mim”, diz entre risadas. “Com certeza vou encerrar minha carreira aqui, porque tenho muitos amigos e sou apaixonado pelo clube”.

Apesar de decepcionado com a falta de incentivo e investimento no vôlei como esporte, Serginho explica que o que sabe fazer, acima de tudo, é jogar voleibol e que, mesmo depois de aposentado, não vai abandonar a área por completo. “Quando eu parar de jogar, vou continuar atuando principalmente no meu instituto, onde pretendemos levar o voleibol a todos que quiserem aprender e, com isso, formar cidadãos de bem”. Para Serginho, o importante é ser ídolo fora do campo, agindo sempre em parceria e a favor da comunidade e sua população.


Outros atletas também trilharam caminhos parecidos em suas carreiras pós-aposentadoria, como Guga Kuerten, Daiane dos Santos e Cafu que, mesmo depois de sair do esporte, participam de projetos sociais, construindo uma imagem ainda mais forte do que a de um grande esportista.

Porém, não é tão fácil quanto parece abandonar a carreira. “Meu sonho é parar, mas não estão deixando”, alfineta Serginho, com humor. “A única forma de eu me aposentar é não aparecer mais no ginásio e ninguém me achar”. A pressão dos fãs, e dos próprios filhos, que adoram vê-lo nas quadras, torna difícil realizar esse sonho. Além disso, Serginho ainda se diverte jogando.


Depois que tudo acabar, contudo, os planos de Serginho para a pós-aposentadoria são, inacreditavelmente, comuns: “Sempre achei que o voleibol na minha vida era passageiro. Depois que eu acabar aqui, vou trabalhar, ganhar minha vida. Não é porque fui campeão com a seleção brasileira que vou achar que sou melhor que todo mundo. Muito pelo contrário, tenho que acordar cedo, levar as crianças para a escola, pagar conta no banco... a vida continua”, conclui.


De fato, a vida continua. Tudo tem seu ciclo definido, mas, às vezes, o fim pode significar um novo começo. Serginho descobre isso a cada dia e a verdade é que ele, aposentado ou não, assim como todos os outros, continuará em nossos corações mesmo depois de sair das quadras.

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Por Katherine Carvalho

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