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  • Foto do escritorKatherine Carvalho

O amor é uma eterna comparação

O amor é como as leis de trânsito. Você pode até dirigir no meio da faixa, seguir as placas e dar seta antes de virar as curvas. Mas se o carro da frente não respeitar as mesmas regras que você, basta um olhar desatento, um gesto distraído, e o desastre está armado. Eu posso tomar todos os cuidados do mundo com os seus sentimentos, tratar do seu coração como uma frágil peça de porcelana, mas se você não se importar em me machucar, de nada adiantará meu zelo.


O amor é como uma bola de neve. Às vezes começa como uma brincadeira, uma amizade ou um “oi” na faculdade. Mas de repente, o minúsculo floco de neve se junta com outro, e outro, e outro, e de repente a bola está grande, a ponto de iniciar uma avalanche. Eu posso conversar com você dia sim, dia não, uma vez na semana ou só quando nos trombamos aleatoriamente no metrô - até aí o grão é insignificante. Mas se conversamos todos os dias, se eu sinto a sua falta, se o seu bom dia torna minha manhã melhor e mais feliz, então a bola de neve está começando a crescer.


O amor é como uma frota de ônibus. Tem dias que você está atrasado para o trabalho e corre a todo o vapor para não perder o ônibus. Naquela hora, tudo o que você mais quer é chegar a tempo, mesmo que não tenha nenhum lugar para sentar, mesmo que as pessoas lá estejam suadas e com cheiro de sardinha, mesmo que você vá chegar todo amassado às 7 horas da manhã. Nesse caso, o amor é quando você perde o ônibus, esse ônibus que você queria tanto, e você simplesmente senta na sarjeta e chora, porque não há outra opção. Você está sofrendo, perdeu uma parte essencial de si mesmo e agora não tem para onde ir - até abrir os olhos, enxugar as lágrimas, e ver outro ônibus chegando. Um ônibus diferente, que vai para outro lugar - mas que também serve. Só vai te levar um pouquinho mais longe (ou mais perto) de onde você precisava ir antes.


O amor, como as leis de trânsito, tem suas regras, mas só funciona direito se for respeitado à risca. O amor, assim como a bola de neve, atropela quem quer que seja, rico, pobre, branco, negro, homem ou mulher, mas se desfaz rapidamente sob a chuva da frieza quando o amor acaba. O amor, assim como os ônibus, é passageiro. Se você perde um, você chora, você sofre, você pensa que vai morrer, mas logo passa outro, bem na sua frente. Basta você fazer sinal e subir a bordo. Se for bom, você segue até o ponto final. Se for ruim… você desce e segue a pé.

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Por Katherine Carvalho

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