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  • Foto do escritorKatherine Carvalho

Uma resenha do filme “Matilda”: um dos melhores filmes para crianças de todos os tempos

Pôster do filme "Matilda" de 1997

● 1997

● Direção: Danny DeVito


Esta resenha do filme “Matilda” é mais uma exaltação do que uma análise


Lançado em 1997 e considerado um pioneiro no setor de fantasia infanto-juvenil, Matilda foi o precursor de muitos filmes do mesmo estilo que surgiram nos anos seguintes. Com efeitos especiais que na época foram considerados inovadores e uma história que cativou públicos de todas as idades, Matilda conta a história de uma garotinha que sofre uma infância solitária nas mãos de pais negligentes e de um irmão valentão, e que sonha em frequentar a escola e fazer amigos. Sua única companhia são os livros que ela aprendeu a ler por conta própria e as histórias de grandes autores que ensinaram Matilda que ela não está sozinha e que por pior que as coisas estejam, elas podem melhorar.


A magia como válvula de escape


Como esta resenha do filme “Matilda” é mais uma exaltação do que uma análise, vamos falar de magia. O plot twist que existe no filme é o fato de que Matilda descobre, num momento de estresse, que tem poderes mágicos, desencadeados principalmente quando ela está com raiva. O que é uma grande ajuda, porque ao ingressar numa escola pela primeira vez e dar de cara com uma diretora malvada que adora fazer crueldades com os alunos, Matilda aprende a usar seus poderes não só para escapar de encrencas, mas para ajudar seus colegas a enfrentarem diversos problemas também.


Matilda é um filme que fez parte da minha infância e que me introduziu ao mundo da ficção quando eu era ainda muito pequena, e que faz parte até hoje, porque filmes bons não envelhecem. Gosto da ideia de uma criança solitária que encontra conforto nos livros (cof cof eu cof cof) e que descobre que é poderosa num momento particularmente difícil. Porque todas as crianças merecem se sentir especiais um dia e acima de tudo, todas as crianças merecem receber o amor de uma mãe também. E é muito legal pensar que qualquer criança numa situação parecida com a de Matilda, rejeitada pela família e sem amigos, poderia ter tomado um rumo totalmente diferente do que o que ela tomou, que escolheu deliberadamente utilizar sua magia para o bem (bom, na maioria das vezes, né).


Muitas histórias parecidas vieram depois — e que bom que vieram


E não me admira que histórias parecidas com a dela tenham continuado a fazer sucesso por muito tempo depois disso. Vejam Harry Potter, por exemplo, maltratado pelos tios, perseguido pelo primo, descobrindo sua magia, fazendo amigos e escolhendo usar seus poderes para o bem. Matilda e Harry Potter têm muito em comum, e eu como amante de uma boa história, sei apreciar muito bem cada uma delas.


Uma das partes mais interessantes de Matilda é a cena em que o pai está bravo e diz a ela que "quando uma pessoa é má" deve ser castigada, dando a entender que não são apenas as crianças que precisam ser punidas por mau comportamento, mas os adultos também. Isso dá uma ideia excelente para Matilda, que, cansada de ser maltratada pela família, decide castigar o pai numa representação perfeita da inversão de papéis que tanto faz sucesso no cinema. É a partir daí que Matilda percebe que gente grande não tem permissão de fazer maldades só porque é grande e que, por menor que você seja, você pode usar o que estiver ao seu alcance para colocar algumas pessoas cruéis em seu devido lugar.


Os livros podem ser sua salvação


O amor de Matilda pelos livros, eu diria, no entanto, é que foi o verdadeiro poder dela. Porque foi através dos livros que ela se sentiu menos sozinha e que ela teve esperança de que um dia as coisas seriam melhores. Foi através dos livros que ela se destacou em seu primeiro dia de aula e foi o amor pelos livros que a aproximou da professora, a srta. Honey, que acabou por se tornar a mãe que Matilda nunca teve. E é engraçado pensar que laços de sangue algumas vezes não significam nada, porque a facilidade com que Zinnia Wormwood assina os papéis de adoção, concedendo a guarda de Matilda para a srta. Honey, chega a ser ridícula. Ela nem sequer pensa duas vezes. E é ainda mais engraçado que Matilda não tenha ficado nem um pouco chateada com a displicência da mãe biológica — afinal, laços de sangue não são nada, e assim como a família de Harry Potter acabou sendo os amigos, os professores, o padrinho, os pais dos amigos, gente que ele escolheu, e não gente que lhe foi imposta por conta do nascimento, a família de Matilda acabou sendo os livros e uma professora que, depois, por escolha dela, se tornou sua mãe.

Obrigada!

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Por Katherine Carvalho

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