![Pôster do filme "O nome da rosa" de 1986](https://static.wixstatic.com/media/41b8a4_958826fe2bcb49b3987e82d465d90f40~mv2.jpg/v1/fill/w_980,h_980,al_c,q_85,usm_0.66_1.00_0.01,enc_auto/41b8a4_958826fe2bcb49b3987e82d465d90f40~mv2.jpg)
Todas as resenhas deste site contêm spoilers.
Se você não gosta de spoilers, a autora recomenda que feche este post e volte apenas quando já tiver assistido o filme.
● 1986
● Direção: Jean-Jacques Annaud
Nesta resenha do filme “O nome da rosa” eu provo pra você que a Igreja tem, sim, um lado sombrio
Há certo ar sinistro quando as primeiras cenas de “O nome da rosa” surgem na tela. O frade franciscano William, personagem principal da história, não imagina o que vai encontrar no mosteiro beneditino quando chega ao seu destino e se depara com uma série de assassinatos misteriosos. Sua nova responsabilidade torna-se, então, desvendar as mortes de sete monges.
Contando com a ajuda de um jovem noviço, frei William se vê subitamente envolvido numa trama diabólica e extremamente complexa, permeada de heresias, escândalos sexuais e disputas de poder dentro do ambiente religioso da Igreja Católica.
O lado sombrio da Igreja refletido no cenário e no figurino
Nesta resenha do filme “O nome da rosa”, você verá que o lado sombrio da Igreja, retratada no cinema, é refletido tanto nos cenários, sempre escuros e iluminados por tochas, com ambientes revestidos de pedras e madeira, quanto no figurino, composto quase totalmente pelas tonalidades de cinza e preto.
O filme é uma óbvia crítica à hipocrisia e autoritarismo da Igreja. Prova disso é a forma como as mortes dos monges, às quais frei William é incumbido de desvendar, acontecem: um plano mirabolante e ardiloso resulta em pequenas quantidades de veneno nas bordas das páginas dos livros. Ninguém sabe, porém, que quando uma pessoa lê esses livros, umedece a ponta da língua com a mesma mão com que vira as páginas, exatamente pelas bordas envenenadas.
Se fosse na época da pandemia, menos gente teria morrido, porque todo mundo tinha medo de pôr a mão na boca — bom, pelo menos os que não eram negacionistas, né. O resto já não garanto.
Nem sempre é possível resistir aos prazeres da carne
Uma das cenas em que vemos a fragilidade da rigidez da vida sacerdotal (e principalmente do celibato rsrsrs), além da maldade intrínseca a alguns membros da Igreja durante torturas e julgamentos, é a que mostra o jovem noviço sucumbindo aos prazeres da carne. Devo dizer que na primeira vez que vi este filme eu estava na escola e era ainda muito nova. Inclusive não acho que seja um filme adequado para uma criança assistir, vou fazer uma reclamação ao meu colégio.
Um filme para ver uma vez e pronto — a não ser que você goste dessa energia pesada
Nua e crua, a história de “O nome da rosa” escancara fatos que a Igreja tenta manter em segredo há séculos, expõe lados sombrios de uma instituição que, aparentemente, se diz bondosa e misericordiosa, mas que, por trás das portas pesadamente fechadas e das janelas seguramente trancadas, revela-se uma grande tirana orquestradora dos mais terríveis crimes e assassinatos.
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