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Se você não gosta de spoilers, a autora recomenda que feche este post e volte apenas quando já tiver lido o livro.
● Recursão
● Blake Crouch
● 320 páginas
● Lançamento em 2023
Esse livro, apesar de eu não ter entendido bulhufas no início, se tornou um dos meus preferidos logo nas primeiras páginas. Se você ler, você vai entender do que estou falando. E se você ficar perdido na história, calma, não se desespera. Persiste. Vai valer a pena.
Primeiro um resumo de "Recursão"
"Recursão", de Blake Crouch, é narrado sob o ponto de vista de Barry Sutton, um policial de Nova Iorque que, ao intervir numa tentativa de suicídio, se vê cara a cara com uma nova epidemia de Síndrome da Falsa Memória, em que os infectados se encontram aparentemente cheios de lembranças cinzentas do que parece ser uma vida falsa.
A partir desse acontecimento, acompanhamos também a narrativa sob o ponto de vista de Helena, uma cientista que acaba inventando por acidente um equipamento capaz de mapear, registrar e — até — alterar memórias.
Prepare-se para perder (muitos) neurônios
No começo do livro eu não estava entendendo NADA, no meio parecia que eu estava no começo. Mas aí teve algum momento crítico na história (que até hoje não sei qual é) que fez um clique no meu cérebro e a partir daí eu entendi TUDO. Foi mais ou menos lá pelo meio da história, mas o ponto exato, não sei te dizer. E de qualquer forma, pode ser que funcione diferente para você.
Foi como um desses interruptores que você demora a encontrar no escuro, fica tateando às cegas na parede, e quando finalmente encontra, o ambiente se inunda de luz e você vê tudo claramente. Essa é a melhor analogia que consigo encontrar para descrever "Recursão".
E, devo dizer, a partir do momento que você entende TUDO, o livro fica 87635 vezes mais incrível.
Acontece que, pra entender a história, você gasta umas boas toneladas de neurônios. Inclusive, se eu for explicar a história pra alguém, acho que eu também não vou saber (esse é um daqueles livros que só lendo pra compreender). Tentei fazer isso pra convencer minha irmã a ler e acabei falando por 15 minutos sobre, digamos, apenas 10% da história toda. Isso sem falar que me enrolei tanto que quase contei o final.
Por isso o intuito dessa resenha é exaltar essa obra-prima, e não falar sobre especificamente a história. Basta saber que é bom. Confia em mim, você vai gostar.
Mas, se você insiste...
Se você quer saber sobre a história, lá vai: tem um monte de gente brincando com as próprias memórias, voltando no tempo, revivendo suas vidas do zero de maneiras diferentes, desfazendo erros do passado, “matando” lembranças… e se você não gosta de livros que bagunçam seus conceitos de realidade, tempo e espaço… sinto muito, mas esse livro não é pra você.
No entanto, se você gosta de livros que te deixam pensando na história várias semanas depois de terminar a leitura, então, sim, esse livro é pra você — e pode ter certeza, vai valer a pena perder algumas toneladas de neurônios, eu prometo.
Considerações finais
Uma escrita impecável, uma trama muito bem desenvolvida, personagens cativantes demais, uma história de amor no meio de todo aquele caos, cenas de ação que prendem de uma forma deliciosa, e um final que te deixa ao mesmo tempo satisfeitíssimo e com gosto de quero mais.
Nota 10/10.
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